RESPECT  

Posted by Lady Desdém in

Eu queria ter escrito este texto para o post. anterior mas mesmo com todas as idéias na cabeça não consegui desenvolver o pensamento (é meninas ainda estou em período de confusões). E resolvi não forçar porque poderia acabar estragando o tema.

Eu estava em Fortaleza na semana passada, e em um dos dias fui ao cinema, mas antes passei nas Americanas para alimentar meu vício de DVD's. Na fila para o caixa, estavam em minha frente um grupo de umas cinco meninas que deviam ter entre 10 e 12 anos. Como todas nós sabemos, cinco mulheres juntas conversando é sempre algo bem agitado e no mínimo divertido. E como essas cinco ainda eram crianças vocês podem imaginar a bagunça que elas estavam fazendo. Particularmente sou apaixonada por crianças elas simplesmente me fascinam, pela agilidade de pensamento, cheias de humor despretencioso com risadas gostosos e altas, suas dancinhas que se algum adulto fizesse seriam ricularizados. E tudo isso com uma enorme carga de inocência! Só que aqui colocarei um "MAS", será que nossas crianças do século XXI são sempre tão inocentes? Infelizmente nesse dia constatei que não.

Eis o que aconteceu, depois de alguns minutos rindo das palhaçadas delas percebi que no grupo tinha uma menorzinha (não sei se era a mais nova em idade, mas em tamanho com certeza). Esta menina estava de mãos dadas com uma maior que tinha um jeito de "mãe" para com a pequenininha. Não sei se vocês são que nem eu, mas adoro fotos de crianças dando beijinhos, se abrançando, de mãos dadas... Fofo! E foi isso que pensei quando vi a maiorzinha "cuidando" da menor, "que fofo". Contudo, eu mal terminei meu pensamento quando surgiu uma menina que tinha uma atitude de "lider da gangue" vindo em direção a essas duas, ela chegou perto da maior olhou de uma forma repreendora, e de forma totalmente estúpida (ainda mais vinda de uma criança) ela separou a mão das meninas, e disse para a mais alta "não faça isso, é feio tá errado". Gente sinceramente eu nunca me assustei tanto com uma atitude que nem dessa vez. Porque nem nos meus piores pesadelos eu imaginaria que aquela criança seria capaz daquilo (vocês podem achar que eu estou dramatizando, mas foi assim que eu me senti). O pior ainda foi olhar para a cara da pequenininha e observar como ela ficou desolada e sem entender nada! Eu queria muito ter feito alguma coisa, mas não consegui. Fiquei realmente paralizada, já repassei mil vezes em minha cabeça o que eu deveria ter dito ou ter feito... Mas não adianta me martirizar porque tive a oportunidade de fazer alguma coisa, mas deixei passar.

De qualquer maneira serviu como experiência, e tenho certeza que se isso acontecer outra vez, irei agir de forma diferente. Uma das coisas que me questionei foi "que pais essa criança tem?" É vendo coisas desse tipo que tenho que agradecer todos os dias a educação que meus pais me deram. RESPEITO em primeiro lugar, por favor!

Quando comecei a escrever este texto me veio a mente um outro que li esses dias na comunidade The L Word In Foco[1], foi uma resposta que o Maurício de Souza deu a uma pessoa sobre a possibilidade do gibi da Turma da Mônica ter um personagem homoafetivo... Eu gostei da resposta dele até certo ponto. Não vou colocar aqui minha opnião sobre todo o texto (pretendo fazer isso na comu. quando tiver um tempinho de sobra) porque iria me extender muito e acabaria saindo do foco.

Mas o que fiquei pensando foi que: Se os meios de comunicação voltados para crianças tratassem sobre esse assunto como algo natural e comum na nossa sociedade, mesmo que se tenham pais homofobicos, essas crianças teriam a oportunidade de ver opniões diferentes sobre um assunto, oportunidade de perceber que nem sempre as ideologias de "papai" e "mamãe" estão certas.

Quando digo meios de comunicação não me refiro apenas a TV, mas também livros, filmes, gibis... Eu sei que isso pode parecer querer demais. Mas é só vontade de nunca mais passar por essa situação na fila de um mercado (é gente se vocês analisarem é até um sentimento egoísta, porque não quero mais que isso aconteça porque me fez ficar muito mal).

Acho que temos que ensinar nossas crianças que amor é amor! Independente de qualquer coisa. Basta que o primeiro passo seja dado para que outras pessoas trilhem também o caminho aberto. The L Word felizmente mostra isso, mostra todas as formas de amor e também que na própria comunidade LGBT existem preconceitos entre os seus. Acho que mostrar esse preconceito também é importante porque assim percebemos que devemos aceitar a diversidade, que por sinal só é encarada como diversidade porque não a vêmos como algo natural (mas isso é assunto pta outro post. rs). Contudo TLW tem um público mais adulto, e não dá pra querer que crianças assitam.

E por mais clichê que isto possa parecer, as crianças são o nosso futuro... Então vamos fazer o melhor e o impossível, se necessário, para educá-las. E tendo como base uma coisinha muito simples, o respeito!

p.s: Perdoem a minha demora, não foi por querer foi por falta de tempo mesmo.
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[1]http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=43470441

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1 comentários

Oi sumida...sinti sua falta...Sei como é esta coisa de tempo...
Que bom que está de volta...

"Acho que temos que ensinar nossas crianças que amor é amor!"

Parabéns pela pertinência do texto...Alertas são sempre muito bem vindos...

Um beijo pra vc...

7/09/2008

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